Rio Vermelho agora tem um comitê para cuidar de sua água
Semarh empossa diretores de Comitês de duas Bacias Hidrográficas
A Semarh empossou nesta quarta-feira os diretores dos Comitês das Bacias Hidrográficas (CBH) do Rio Vermelho (Diretoria Provisória) e do Rio dos Bois. A posse ocorreu na unidade da UEG, seguida do primeiro debate do Fórum de Comitês de Bacias Hidrográficas, durante o Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica).
Para o superintendente de Recursos Hídricos da Semarh, Augusto Almeida, “o Rio dos Bois é uma região onde já existe conflito do uso da água, e a do Rio Vermelho tem uma importância muito grande para nós goianos, até em função das tragédias que aconteceram”. Para ele, a melhor forma de resolver o problema é colocar a sociedade, os usuários, produtores rurais e industriais, a sociedade civil e governo pra tentar resolver essas questões.
Já para o secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Goiás, Leonardo Vilela, o comitê é um instrumento de gestão moderno, democrático, transparente e com experiências extremamente positivas. “Temos alguns exemplos fantásticos onde algumas grandes bacias de grandes rios foram recuperados de uma forma fantástica por causa da ação de seus comitês. A nossa expectativa é que o comitê seja extremamente atuante”, afirma.
O evento contou com a participação do Coordenador do Fórum Nacional do Comitê de Bacias, Lupércio Ziroldo Antônio. Ele diz que, nos últimos 20 anos, o país passou por uma grande mudança comportamental. “Aquilo que era tratado dentro dos escritórios passou a ser tratado junto à sociedade, que vive a bacia hidrográfica”. Ele contabiliza 50 mil pessoas em 180 comitês instalados no país, com representantes de praticamente todos os segmentos relacionados à água e que ocupa praticamente 45% de todo o território brasileiro. “Água é desenvolvimento”.
Autoridade nacional do setor, o coordenador da Agência Nacional das Águas (ANA), Antônio Felix Domingues, enfatiza que todo o trabalho de recuperação das bacias é feito através da formação dos comitês. “A gestão da água no Brasil não é uma gestão autocrática, tecnocrata. Não é a partir de Brasília que nós ditamos regras de como é que tem que ser feito. Nossa legislação prevê a participação da sociedade, dos comitês, pra que cada bacia discuta qual é seu problema”, explica.
Entenda o caso
O CBH é uma instância para a resolução de conflitos e para intervenções necessárias para a conservação conjunta da água. É o comitê de bacia que estabelece as regras para a cobrança pelo uso da água, que é um outro instrumento de gestão que tem ganhado força.
Já existe encaminhamentos para o Conselho Estadual de Recursos Hídricos de criar o comitê do Sudoeste goiano, outra região muito importante dentro da bacia do Paranaíba onde existe o Rio Preto, Rio São Francisco, o Rio Paranaíba, e também o da região do Rio das Almas, onde existe conflito entre geração de energia elétrica e áreas agricultáveis.
O Fórum Ambiental continua durante todo o Fica. Nesta quinta-feira, dia 16, é a vez de discutir “As mudanças Climáticas na Conservação do Patrimônio Público”, no Convento do Rosário, na cidade de Goiás.
Informações: Brenno Sarques
Fonte: https://www.agenciaambiental.go.gov.br/site/principal/index.php?page=noticias&vali=523907a2c381eee088200c14b9dbd05d&id=1038